As Possibilidades E Desafios Do Acesso Ao Mercado De Trabalho Pelas Pessoas Com Deficiência Visual

No último sábado, 1º de maio, foi celebrado o Dia do Trabalhador. E além de comemorar a data, também é importante refletir sobre a inserção do deficiente visual no mercado de trabalho. As barreiras a serem superadas, as possibilidades e a luta pela garantia de um direito universal.

Em alusão ao dia, conversamos com uma das primeiras associadas da Associação de Deficientes Visuais de Canoas (ADEVIC), a Franciane Dias, que trabalha há 11 anos no grupo RBS.

Para Franciane Dias, a oportunidade de trabalho na RBS foi um divisor de águas na sua vida. “Ingressei como suporte de Recursos Humanos, onde realizava a parte de contato com os candidatos. Depois fui para a parte da seleção, onde me tornei Analista de RH e, hoje, também sou coordenadora do Programa de Inclusão da RBS”, destaca.
Porém, ainda existem muitas barreiras de acessibilidade no mercado de trabalho. Franciane conta que antes de ingressar na RBS, ela participou de alguns processos seletivos, e em sua maioria, as empresas comentavam que não tinha infraestrutura para viabilizar condições adequadas para ela desempenhar suas funções. “Acredito que as empresas precisam se preparar melhor, para realmente criar uma inclusão. Além disso, é necessário que ambas as partes estejam abertas para que esse processo funcione, pois muitas empresas estão despreparadas, mas estão receptivas para mudarem sua realidade e realmente fazer a inclusão dos PCDs”, afirma.

Do outro lado da história, também temos pessoas que lutam para que as empresas cumpram as exigências determinadas para a inserção do deficiente visual nestes espaços. Esse é o caso do Rafael Giguer, pessoa com deficiência visual, engenheiro formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e que hoje trabalha como auditor do trabalho.

Para Rafael Giguer, que realiza fiscalizações nas empresas, o grande enfrentamento é cobrar que elas façam adaptações de acessibilidade, pois além de abrir as portas para a pessoa com deficiência visual, também é necessário que seja acessível. Porém, Rafael destaca que existem muitas empresas que estão abertas para superar as barreiras de acessibilidade, para que desta forma as pessoas com deficiência visual consigam desempenhar suas atividades. “É importante ressaltar que o trabalho não pode ser restringido em funções como telefonista e massagista, como algumas empresas acreditam, mas compreender que com os recursos de acessibilidade, como os leitores de tela, softwares ledores e etc., proporcionam possibilidades infinitas”, salienta.

A Adevic luta diariamente para que mais pessoas com deficiência visual sejam inseridas no mercado de trabalho, mas, além disso, sejam respeitadas.

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